De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, as mulheres vivem em média sete anos a mais que os homens. E o que isso significa para a saúde da mulher? A questão é que tudo está ligado diretamente à relação da mulher com o próprio corpo, mente e a saúde de forma geral. Enquanto alguns especialistas afirmam que as mulheres ficam doentes com menos frequência, outros diversos estudos comprovam que as mulheres estão mais suscetíveis a alguns tipos de doenças, especialmente as sexualmente transmissíveis.
Mas afinal, tanto homens quanto mulheres estão expostos às mesmas doenças, com exceção, é claro, daquelas ligadas aos órgãos reprodutores ou próprias de seus gêneros biológicos. Então o que faz com que as mulheres tenham a vida prolongada em relação aos homens?
Saúde da mulher: pontos de atenção
Acredita-se que isso se dê em parte pelo sistema imunológico feminino, já que as mulheres apresentam uma resistência bem maior em casos de contaminação por vírus e bactérias. Mas também é possível que tanto a imunidade quanto a recuperação rápida estejam ligadas aos bons hábitos na alimentação e na prática de esportes, além do fato de que as mulheres costumam ser mais cuidadosas em relação ao próprio corpo e buscam atendimento médico com mais frequência.
Entretanto, a saúde da mulher é um assunto que deve ser mantido em pauta e abordado de forma ampla e cuidadosa. Isso porque, no caso das mulheres, os fatores tanto biológicos quanto ambientais são levados em consideração. Dentre os principais pontos de atenção podemos destacar a rotina (de trabalho, estudos etc.), as responsabilidades do dia a dia, relacionamento interpessoal, que afetam diretamente a saúde mental, e outras questões ligadas ao gênero, como doenças ginecológicas, gravidez, parto e menopausa, por exemplo.
Quer saber mais sobre os pontos de atenção em relação à saúde da mulher e os principais cuidados? Então confira abaixo as recomendações e dicas de nossos especialistas!
Cuidados com a saúde da mulher: tudo o que você precisa saber
Ao contrário do que muitos imaginam, os cuidados com a saúde da mulher começam bem antes da primeira consulta com o ginecologista. Os hábitos saudáveis, a alimentação equilibrada e a prática frequente de atividades físicas devem começar lá na infância, desde os primeiros meses de vida.
Com o passar dos anos e o avançar das fases (adolescência, vida adulta, menopausa etc.), a mulher deve adotar novos cuidados e realizar o acompanhamento médico adequado. Afinal, cada fase apresenta desafios e necessidades específicas em relação à saúde feminina.
Abaixo, deixamos os principais cuidados e que valem para todas as mulheres:
Alimentação saudável
Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para a saúde da mulher, ajudando a prevenir doenças crônicas como a obesidade, diabetes e até algumas doenças cardiovasculares. E sabemos que essa mesma regra vale para todo mundo! No entanto, homens e mulheres têm necessidades nutricionais diferentes.
Além da prescrição básica (proteínas, carboidratos, fibras etc.), há algumas vitaminas e minerais que fazem muito mais falta no organismo das mulheres, como o ferro e o cálcio, por exemplo. E o motivo? Durante o período menstrual as mulheres em idade fértil podem perder até 80 ml de sangue, o que reduz consideravelmente os níveis de ferro no organismo. Já o cálcio é fundamental para reduzir os impactos da perda de massa óssea (até 20%) que ocorre durante o período de menopausa.
No demais, manter uma alimentação equilibrada não só garante energia para o corpo e fortalecimento da imunidade, mas também atua diretamente no equilíbrio da saúde psicológica e evita os riscos de doenças crônicas e graves.
Atividade física
Você sabia que a prática de atividade física regularmente não apenas contribui para um corpo em forma e saudável, mas também evita uma série de doenças e reduz os níveis de estresse? Um estudo publicado na revista científica Jama Network Open, em 2019, afirma que pessoas com o hábito de praticar exercícios físicos com frequência se mostram mais felizes do que aqueles que não o fazem.
Ainda de acordo com a publicação, as mulheres que se exercitavam por pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana, apresentavam cerca de 52% mais probabilidade de se sentirem felizes do que as mulheres que não praticavam exercícios físicos. E sabendo que as mulheres são o grupo mais afetado pela depressão e ansiedade, esse é um dado muito importante a ser levado em consideração.
Além disso, a prática de atividade física aumenta a imunidade do corpo, fortalece os músculos, ajuda na correção de problemas na postura, reduz o índice de gordura corporal e evita problemas cardíacos, relacionados aos ossos, Síndrome do ovário policístico (SOP) e diabetes.
De acordo com a American Heart Association, basta 150 minutos de atividade física moderada (como correr na esteira) ou 75 minutos de atividade física intensa por semana para manter a boa saúde cardiovascular e aproveitar os demais benefícios do exercício para o corpo.
Saúde mental
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 11 milhões de brasileiros apresentam quadro clínico de depressão. E se esse número já surpreende, é preciso lembrar que a maior parte desses pacientes são mulheres, principalmente as de baixa renda e escolaridade. Por isso, além de todos os cuidados básicos com a saúde da mulher, procurar assistência psicológica e adotar novos hábitos que reduzam o impacto dos distúrbios que afetam a mente é de extrema importância para uma boa saúde e qualidade de vida.
Ainda não se sabe muito bem a razão para essa diferença expressiva, mas especialistas acreditam que esteja relacionada às questões hormonais, às responsabilidades em casa com a família, no trabalho e nos estudos e a jornada dupla que ainda é uma realidade predominantemente feminina.
Ademais, as mulheres ocupam uma posição mais vulnerável socioeconomicamente, afinal, não é novidade que a desigualdade salarial ainda é um desafio a ser vencido no mercado, assim como os casos de violência doméstica. Todas essas preocupações, somadas aos fatores de estresse da rotina, geram crises de ansiedade e que podem evoluir rapidamente para um quadro de depressão.
Recomendamos também a adoção de novos hobbies: atividades que fujam da rotina, que sejam prazerosas e que funcionem como uma válvula de escape.
Higiene íntima
As mulheres são as que mais sofrem com infecções e inflamações na região íntima. Além dos fatores biológicos, uma vez que a anatomia da região íntima feminina favorece o desenvolvimento e proliferação de micro-organismos causadores de doenças, há também a influência dos hormônios, especialmente durante a menstruação e menopausa.
Por isso, é muito importante manter uma boa higiene íntima e evitar práticas e hábitos que possam desregular o equilíbrio da flora da região, como as duchas vaginais, o uso de sabonetes perfumados ou que não sejam próprios para essa finalidade, roupas íntimas apertadas e protetores diários.
O compartilhamento de itens de higiene pessoal, como sabonetes em barra e toalhas também podem contribuir para o aumento no risco de transmissão de doenças.
Consultas e exames preventivos
E, por fim, é muito importante que as mulheres agendem consultas regulares com médicos especialistas e realizem todos os exames preventivos. É muito comum, ao falarmos sobre a saúde da mulher, relacionarmos automaticamente ao médico ginecologista e aos exames preventivos como papanicolau e mamografia.
Entretanto, o hemograma e os demais exames de rotina, como o de urina e o parasitológico, podem ser solicitados por qualquer especialidade médica e ajudam no diagnóstico de infecções, a presença de micro-organismos causadores de doenças e qualquer disfunção, como diabetes, colesterol alto, anemia, infecções e inflamações.
Após os 40 anos, é muito importante que as mulheres mantenham a regularidade nos exames ginecológicos recomendados pelo médico (como os citados acima e exame clínico das mamas), os exames de rotina, densitometria óssea e colonoscopia.
E você? Tem cuidado da sua saúde e promovido hábitos que garantam o bem-estar e a qualidade de vida na sua rotina? Se não, agora é uma boa hora para começar!
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